terça-feira, 10 de junho de 2014

Doença celíaca: conheça sintomas e alimentos proibidos

Esta é uma matéria bem elucidativa. Vale a pena ler. É simples e direta...





De uns tempos para cá a palavra “glúten” tem ganhado muito mais espaço do que antigamente, quando constava como uma simples informação nutricional no rótulo dos produtos. A dieta do glúten, que virou febre entre algumas famosas nacionais e internacionais, acabou se tornando uma esperança para quem busca
alguma forma milagrosa de perder peso.
No entanto, para os portadores da doença celíaca, o termo “gluten free”
estampado nas embalagens nada tem a ver com a vontade de manter as
medidas em dia. Eles sim são obrigados a viver uma dieta com exclusão total
de qualquer produto que contenha glúten, por uma rejeição do próprio corpo 
com relação a esta proteína. 
De acordo com o site da BBC, o número de pessoas diagnosticadas com a 
doença aumentou quatro vezes em entre 1990 e 2011 no Reino Unido. 
Os dados são de um estudo publicado na última semana pelo American 
Journal of Gastroenterology. 
Constatou-se a taxa aumentou de 5,2 a cada 100 mil pessoas em 1990 para 
19,1 a cada 100 mil pessoas em 2011. 
No último domingo (18), foi celebrado o Dia Internacional do Celíaco, como 
forma de chamar a atenção para os principais sintomas da doença, formas de 
diagnóstico e cuidados para uma vida saudável. 
Saiba mais sobre esta condição a seguir.


O que é a doença celíaca?
Segundo André Zonetti de Arruda Leite, gastroenterologista do Hospital das
Clínicas e especialista em doença celíaca, esta condição acomete o intestino
delgado a partir de uma intolerância permanente. “Causa lesões características
da mucosa do delgado e melhoram com a retirada do glúten da dieta”, afirma.
De acordo com Ulysses Fagundes Neto, professor da disciplina de
Gastroenterologia Pediátrica da Escola Paulista de Medicina da Universidade
Federal de São Paulo e consultor médico da Federação Nacional das
Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), excluindo a proteína da
alimentação o celíaco pode ter uma vida completamente normal.

Sintomas
Segundo os especialistas ouvidos, a doença celíaca pode se manifestar em
qualquer idade. Nas crianças, os sintomas mais comuns são desnutrição,
diarréia, retardo de crescimento e distensão abdominal, informa Zonetti.
Fagundes inclui na lista, estendendo para os adultos, diarreia crônica e má
absorção dos nutrientes, além de manifestações mais atípicas, como digestivas,
convulsões, anemia, osteoporose, artrite reumatoide e hepatite autoimune.

Detecção
Na persistência de um dos sintomas listados acima, a pessoa deve procurar
médico gastroenterologista, indica Fagundes. Confirmado o diagnóstico, por
meio do exame de sangue, é solicitada uma biópsia do intestino delgado, que
trará a confirmação caso a estrutura do órgão apresente alteração.
Zonetti completa que não é possível perceber a relação dos sintomas com a
ingestão de glúten. “O paciente só deve fazer a restrição após a confirmação
histológica da doença.”
Ele afirma ainda que pacientes com diagnóstico de síndrome do intestino irritável
com predomínio de flatulência e diarreia devem fazer o teste, além de todo
paciente diabético tipo 1, independente de sintomas gastrointestinais.

Alimentos proibidos e substituições inteligentes
Nenhum alimento que contenha trigo, cevada, centeio e aveia pode integrar a
dieta do celíaco, explica Zonetti. Estão entre os exemplos vários tipos de massa,
pães, cerveja e macarrão. “Todo alimento industrializado no Brasil deve conter
a informação se possui ou não glúten”, informa o especialista, por isso, vale ficar
de olho no rótulo.
Entre os exemplos de substitutos estão os alimentos derivados do milho,
mandioca, arroz e batata. “É uma dieta mais cara, infelizmente, quando se fala
dos produtos industrializados sem glúten”, observa Fagundes. Mas os naturais
estão aí para serem incorporados na dieta cabendo no bolso e de forma ainda
mais saudável.

Exclusão total
Não existe tratamento e nem remédio para os celíacos. A única forma de manter
a doença sob controle é a exclusão total do glúten, explicam os especialistas.
“Não pode comer nada que tenha trigo, nem centeio, nem cevada e nem seus
derivados. É uma dieta para toda a vida”, reforça Fagundes.
Quem desconhece a doença, ou conhece e insiste em manter a dieta tradicional,
pode ter graves prejuízos à saúde. Segundo Zonetti, “paciente celíacos que
ingerem glúten têm maior risco de desenvolver outras doenças autoimunes,
fraturas e anemia”.
Fagundes também cita problemas de convulsão, alterações de humor, problemas
neurológicos e uma probabilidade maior ao desenvolvimento do câncer de
intestino. “Também há associação com diabetes e doença da tireoide”,
acrescenta.
Ele explica que isso acontece porque, no caso dos celíacos, o glúten
desencadeia reações autoimunes, pois altera o sistema imunológico da pessoa,
tornando-a mais suscetível a alguns tipos de doenças.

O papel da proteína
O glúten é uma proteína, e, por isso, é comum se supor que a exclusão total da
dieta pode trazer algum risco à saúde. Mas segundo Fagundes, ele é facilmente
substituído por qualquer outra proteína, como carne e ovos.
Zonetti reforça que, apesar de a retirada do glúten em si não trazer problemas,
“a mudança na alimentação imposta pela restrição pode tornar mais difícil a
adequação de alguns micronutrientes, como o ácido fólico, que no Brasil é
suplementado na farinha de trigo”.
Sendo assim, vale ressaltar a importância de se ter um acompanhamento médico
para a implementação de uma dieta completa e rica em nutrientes.

Causas e números
As causas da doença são desconhecidas, segundo os profissionais ouvidos.
Fagundes esclarece também que comer muito glúten não desencadeia a
intolerância, e reforça que não existe nenhum outro fator de risco, exceto o
genético. “Pessoas que têm parentes de primeiro grau que apresentam a
intolerância tem até 10% mais probabilidade de desenvolverem também.”
Talvez pelo maior conhecimento e pesquisas em torno da doença, os números
atuais sejam mais expressivos do que em alguns anos. “Quando se conheciam
apenas os sintomas clássicos, admitia-se que a doença afetava apenas as
crianças e que era uma doença rara. Mas com o surgimento dos marcadores,
agora se sabe que este é mesmo um problema de saúde pública”,
observa Fagundes.
Zonetti cita estimativas de que cerca de 1% da população mundial é portadora
da doença celíaca “muitos assintomáticos e sem diagnóstico”, afirma. “Estudos
realizados por nós, no Banco de Sangue de São Paulo e publicado no Clinics
em 2012, identificou 1 portador para cada 286 doadores de sangue saudáveis”,
conclui.

Veja a seguir uma tabela da Fenacelbra que mostra os alimentos que podem ou
não podem ser consumidos pelos celíacos, além dos que podem ser ingeridos
com moderação. 



































Fonte:
 http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/doenca-celiaca-conheca-sintomas-e-alimentos-proibidos,88a54fd9d3706410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

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